segunda-feira, 19 de julho de 2010

Extremos

Vida encarcerada no corpo
pela mente entorpecida,
és viajante das profundezas aos píncaros,
do Norte ao Sul, da Água ao Fogo,
do sorriso ao ranger de dentes,
Viajas sem escalas de lugar nenhum
a lugar qualquer, ansiosa por chegar,
certa das novas partidas.
És arremessada aos extremos sem meios,
te agarras ao vazio.
Estás cheia de nada, vazia de tudo!
Mente entorpecida que
maltratas o corpo abandonado,
cárcere esquecido, jazigo de temores.
Entorpecei o torpor da mente,
veneno insano
que fazeis acorrentar-se o corpo à Vida!

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Descaminhos

És errante, minh'alma,
não pelo que ignoras,
mas pelo que queres ignorar.
Erras sobremodo por não saberes negar.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

O coração da mulher amada

Quando o coração da amada
está feliz
são fartas as alegrias
no coração do amante;
pequenas gotas de otimismo
são jóias raras, diamantes.
A serenidade do coração do amado
é a Paz que habita
o coração da mulher amada!

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Fight!

Entrei no Jogo da Vida sem dar-me conta de que é impossível sair vivo dele, a menos que dele saiamos juntos, a Vida e eu!

Libertad

Me despegué del suelo
y subo al cielo
por mis anhelos.
Ahora voy por mis sueños.
Ay, si los codiciaras tu!
Te veo cuando te vea!

Recuerdos

Tanto mais fácil se apagam dos papéis e pergaminhos quanto mais profundas forem as marcas da alma.

O Tempo devora papéis e palavras, mas não ousa nem pode tocar o Espírito, que dá ao Tempo conhecer que ele próprio não tem passado nem futuro. Está no presente nossa única possibilidade de sermos livres e felizes e é no presente que sentimos nossas maiores dores.

Por que preferimos as dores?

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Ahora

Alegrías y penas,
prisión, cadenas,
vidas cruzadas,
angustias pasadas,
nada más existe.
Yo soy o estoy,
alguien lo sabrá?
El pasado se fué
pero el porvenir,
que será?
Hoy es demasiado tiempo,
el tiempo no era,
tampoco será.
Hubo un verano,
marchitando está el otoño,
él se murirá al invierno.
Pero otoño es presente...
el invierno, vendrá?
Llegando él, que será?
La primavera sueña
enseñar sus flores,
aromas, colores.
La primavera es futuro;
del futuro, que será?
Otro verano me visitará?
Sé que es otoño,
dicen que pronto
la naturaleza dormirá.
Y de las hojas secas, Diós,
de las hojas secas, que será?
Ahora es presente,
ahora no era, tampoco será.
Ahora es ahora,
ahora es ya.
El Amor vive ahora...

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Cachito (Maná)

Tan solo un adicto,
Un adicto de tu sol
Y esq' con solo un cachito
Un pedacito de tu luz,
Yo llegaria al cielo
O me caeria al suelo,
Por ti amor

(coro)

Tan solo
Un cachito de tu corazon
Un cachito de tu corazon
Un cachito de tu corazon
Soy un adicto de tu corazon

Pedirle a mi cabeza
Que deje de pensar en ti
Es casi como pedirle
A mi corazon que deje de latir
Mas bien olvida eso
No no repitas eso, te pido amor

(coro)

Pequeñita de mi corazon
Pequeñita de mi corazon
Pequeñita de mi corazon
Pequeñita de mi corazon

sexta-feira, 23 de abril de 2010

El viento en la isla (Pablo Neruda)

EL VIENTO EN LA ISLA
(Pablo Neruda)

El viento es un caballo:
óyelo cómo corre
por el mar, por el cielo.

Quiere llevarme: escucha
cómo recorre el mundo
para llevarme lejos.

Escóndeme en tus brazos
por esta noche sola,
mientras la lluvia rompe
contra el mar y la tierra
su boca innumerable.

Escucha como el viento
me llama galopando
para llevarme lejos.

Con tu frente en mi frente,
con tu boca en mi boca,
atados nuestros cuerpos
al amor que nos quema,
deja que el viento pase
sin que pueda llevarme.

Deja que el viento corra
coronado de espuma,
que me llame y me busque
galopando en la sombra,
mientras yo, sumergido
bajo tus grandes ojos,
por esta noche sola
descansaré, amor mío.

quarta-feira, 31 de março de 2010

Tua voz

Tua voz acalentava meu corpo e
aconchegava meu espírito.
Vaguei pela escuridão da noite,
percorri montanhas, cidades,
vales e florestas
para encontrar-te.
Nos misturamos assim,
nos mesmos sonhos,
enquanto nossos corpos, distantes,
repousavam em nosso desejo.

Espelhos rotos

Ele retorna do porvir,
daquilo que a perfídia
não pode matar.
Ressurge das cinzas da esperança!
Renasce daquele que renascerá,
do que morreu
antes de ser criança.
Contradiz o que não foi dito,
desdiz o que jamais dirá.
Do passado era o presente.
É a eterna lembrança do futuro.
É brisa, é tormenta,
fogo e gelo,
carícia, flagelo.
Não existe, persiste.
É o que nascerá
da pretérita violência.
É fantasma da futura consciência!

terça-feira, 23 de março de 2010

Luz

Cadeias rotas
não encarceram minha luz,
que atravessa o vazio
cercado pelos vazios
das rotas cadeias
feitas de ossos jacentes
sob nuvens negras,
condenadas à escuridão.
Minha luz alcança a Luz maior,
aquela que brilha
sobre todas as nuvens!

domingo, 21 de março de 2010

Teu dia

Que a aurora te desperte,
sejas tu a alvorada deste dia!
Que teu sorriso ilumine a manhã.
Se faltar ao Sol a luz do teu sorriso,
que seu calor aqueça teu coração,
e teu coração se encha de paz,
e a paz te faça sorrir.

Que se lágrimas caírem,
que sejam como gotas de chuva
a lavar tuas mágoas
e levar desencantos.

Se hoje o Sol cochilar,
que a chuva alegre tua manhã,
e todo o teu dia,
como o mesmo Sol ilumina as nuvens
lá do alto, bem acima do temporal.

Que tua manhã seja iluminada,
que se misture à tua luz,
e tua luz, tão intensa,
ilumine a manhã
de quem amas,
de quem te ama.

Que tua tarde seja de luz,
e o Sol, por entre ou sobre as nuvens,
te permaneça aquecendo
e iluminando teu caminho.
Que teu coração seja teu guia
e te conduza à felicidade
que é fazer feliz a quem amas
e a quem te ama.

Que tua noite seja enluarada
e seu manto de estrelas cintilantes,
reluzentes como o brilho do teu olhar,
vele teu sono.
Que adormeças em paz
e possa teu espírito viajar livre
nos teus sonhos.
Que teus sonhos, quando adormecida,
te levem aos momentos felizes do teu passado
mas, se evocarem momentos difíceis,
que deles te fortaleças e
que se percam para sempre,
eternamente.
Que teus sonhos, quando desperta,
se realizem na tua caminhada,
pelas mesmas sendas
nas que te guiará teu coração
e que transformar-se-ão em largas estradas,
suaves como tuas mãos,
bordadas por flores coloridas,
perfumadas com o teu perfume.
Que teus sonhos inspirem
os sonhos de quem amas
e sejam os sonhos de quem te ama.

Que sejam teus dias
desvencilhados de toda rotina.
Bom, que haja uma única rotina:
que teu hoje seja sempre
muito melhor do que ontem
e que só perca em felicidade
para o teu amanhã.
Que tua felicidade seja a maior razão
da felicidade de quem amas
e da felicidade de quem te ama.

"Como dueles en los labios" - Maná - Videoclip original
"Como dueles en los labios" - Maná

"Não se esqueça de mim" - int. Nana Caimmy e Erasmo Carlos

segunda-feira, 1 de março de 2010

Extremos

À bordo desta nave
viajei mil mundos
sem sair do lugar.
Nos meus sonhos,
perscrutei seus extremos,
descobri seus opostos,
globo de cantos, frestas,
grotões, picos, encantos.
Preso a este chão,
prisão menor
dentro da prisão,
busquei respostas,
sem fazer perguntas,
ouvi perguntas
dos que sabiam as respostas.
Cada ponto desta nave
tem fim e começo,
diametralmente dispostos
e verdadeiramente opostos.
Viajei mil mundos
enclausurado nesta nave
sem sair do lugar.
É hora de abandonar a nave
e viajar.

"A lista" - Oswaldo Montenegro

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Insano

Viagens etéreas, eternas,
desde sempre, desde nunca,
a razão dos começos é o próprio fim.
Os meios não justificam os inícios,
e aos fins, que lhes importam os meios?
Nos cantos dos círculos escondem-se formas disformes.
Grita o silêncio, sussura o ódio,
desfaz-se o amor na indiferença.
Arrastam-se tristes nos porões pantanosos,
povoados de vidas revividas.
Sacam forças do âmago do seu ódio
e, do pântano angustiante,
lançam-se às alturas, mesclados a fantoches de carne
para viverem, sorrirem, odiarem, amarem...
Então o amor lhes arranca a essência.
Sem essência são inertes fantoches de pó.
Novamente nos lodaçais, voltam às velhas formas
e ruminam sua penúria.
Misturam-se almas e lama.
Inalam ódio e lançam-se novamente às alturas.
Pela força do ódio sorriem, enternecem, trabalham, amam,
olvidam-se do próprio ódio.
Então o amor os lança novamente às profundezas:
eram fantoches sorridentes,
disformes rangerão dentes,
voltarão a amar irremediavelmente.
Por que o amor insiste fazer-se odiar?

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Viagem

Perguntei à imensidão do espaço:
- Aonde levarei minha vida agora?
O silêncio da noite, em sua sabedoria,
respondeu com a brisa fresca,
com a luz das estrelas,
com o romantismo da lua
semi-escondida por nuvens esparsas:
"Nenhures, filho meu.
Não poderás conduzir aquela que te conduz,
mas teus atos podem orientar essa condução."
Meus sentidos se abriram
ao estrilar de grilos, coachar de sapos,
pios de corujas, farfalhar de folhas ao vento.
O vento transportava o perfume e o pólen entre as flores,
num bailado sensual, como amor feito à distância...
Despertei. Embarquei na vida e deixo que me leve.
Aproveito a viagem
prestando atenção à paisagem,
sem me importar com o destino.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Eternidade

No sendeiro que levava ao vilarejo de pequenas casas com as janelas floridas lambuzadas pelo jogo de luzes e sombras com que brincava o sol das manhãs de verão, o velho homem rabiscava o chão com o dedo quando ouviu uma antiga poesia sendo entoada em forma de cantiga por uma voz que lhe pareceu conhecida.
Sentiu os passos leves aproximarem-se e deterem-se diante dele, mas não interrompeu seus rabiscos e sequer levantou os olhos.
Minutos de silêncio foram seguidos pela voz suave da menina: "Pode o amor ser eterno?"
Nova pausa, os rabiscos continuavam como se nada nem ninguém estivesse ao seu lado.
Ela insistiu: "Como podemos tornar eternos os melhores momentos das nossas vidas?"
Mais que as perguntas, a voz e a amorosa forma de falar da menina estremeceram o coração daquele ser errante que não ousava entrar no vilarejo e passava os dias a rabiscar na areia mensagens indecifráveis, esburacadas aqui e ali por algumas lágrimas caídas, ora iluminadas pelo sorriso do velho homem.
Ele se deteve. Levantou lentamente os olhos e contemplou a imagem da menina-moça, cujos cabelos banhados pelo sol formavam uma aura que envolvia aquele rosto angelical com olhar brilhante e sorriso tímido.
Ele suspirou e com a voz tranquila respondeu: "Teus momentos são eternos quando, já distantes na senda do tempo, aquecerem teu coração e renovarem-se indefinidamente dentro de ti pela saudade. Saberás que é o amor que pulsava e pulsa eternamente em tuas veias quando nas lágrimas de saudade sentires o mesmo gosto das lágrimas vertidas na felicidade pretérita e te brotar na face um sorriso livre. Então viverás eternamente esse amor."
Por entre as lágrimas que rolavam pelo rosto enrugado daquele velho ser, seu olhar sorria, como costumam sorrir os olhares dos velhos nessas ocasiões.
Nada respondeu a jovem, cuja imagem etérea apenas sorriu e foi-se aproximando para acolher num abraço o espírito rejuvenescido do velho e levá-lo a passear de mãos dadas pelas estrelas, como eles sonharam desde sempre.

Cantiga de amor

Cántiga para un amor verdadero
(...)
Quisiera que esas palabras
llevadas por mi voz
bailaran en tus oídos,
acariciaran tu alma
y tocaran tu corazón.
Quisiera que mi voz
te llevara el sentimiento
y despertara una sonrisa tuya,
para mi regalo
y para que yo me perdiera
y me encontrara
en la luz de tu mirada.

"Volver a los diezisiete" - Mercedes Sosa y Milton Nascimento

Saudade do Futuro

Beijo, desopilado, tua boca, teu sexo, tua alma
como tenho feito por séculos.
Recordo meu corpo lançado
do topo da montanha...
Enquanto o vento frio roça minha pele
e me acompanha na curta viagem
do topo até a base
Para recomeçar...
"Não se esqueça de mim" - int. Nana Caimmy e Erasmo Carlos

Notalgia del futuro
Beso desopilado tu boca, tu sexo, tu alma
Como lo he hecho a través de los siglos.
Acuerdo de la caída de mi cuerpo
de la montaña
El viento frio toca mi piel
y me sigue en el ligero viaje
desde la cumbre
hasta la base,
para recomenzar...

Vida II

Quão preciosa és, minha vida!
Me sorris, machucas, consolas,
me convidas a viver.
Graciosas ilusões, desilusões,
encontros, desencontros,
passado, presente, porvir...
Encantadora és tu, vida minha!
Me amas, acaricias, golpeias
e eu te convido a viver!

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Segredos

Notívagas
estrelas!
Iluminai-me
até que eu
transpasse
estas
amarras.
Mostrai-me
o caminho!

Saudade

Não há palavra em qualquer outro idioma para descrever um dos mais belos e cruéis sentimentos, que açoita ao mesmo tempo que ampara a alma humana: Saudade! O maior dos sofrimentos, como disse Neruda, nunca haver sofrido. É não ter do que sentir saudades.

"Saudade é solidão acompanhada,
é quando o amor ainda não foi embora,
mas o amado já...

Saudade é amar um passado que ainda não passou,
é recusar um presente que nos machuca,
é não ver o futuro que nos convida...

Saudade é sentir que existe o que não existe mais...

Saudade é o inferno dos que perderam,
é a dor dos que ficaram para trás,
é o gosto de morte na boca dos que continuam...

Só uma pessoa no mundo deseja sentir saudade:
aquela que nunca amou.

E esse é o maior dos sofrimentos:
não ter por quem sentir saudades,
passar pela vida e não viver.

O maior dos sofrimentos é nunca ter sofrido."

(Pablo Neruda)


*****

La versión original en Español:

"Echar de menos es una soledad acompañada.
Es cuando el amor no se ha ido pero el amado si.
Echar de menos es amar un pasado que no pasó,
es recusar un presente que nos duele,
es no ver el futuro que nos invita.
Echar de menos es sentir que existe lo que no existe más.
Echar de menos es el infierno de los que perdieron,
es el dolor de los que se quedaron atrás,
es el gusto de la muerte en la boca de los que se quedaron....

Solo una persona desea echar de menos: Aquella que nunca amó.
Y ese es el mayor de los sufrimientos:
No tener a quien echar de menos, pasar por la vida y no vivir.
El mayor sufrimiento es nunca haber sufrido!"

(Pablo Neruda)

Quem ama

Quem ama não aprisiona, não subjuga, não menospreza, não inferioriza o outro.
Jamais está à sua frente: sempre caminha ao seu lado.
Quem ama briga e repreende, mas conforta, apóia e sobretudo respeita, sem perder o respeito por si mesmo.
Quem ama às vezes erra: ofende, exagera em uma crítica, não escuta, não cala quando basta um olhar...
Mas quem ama sempre dispõe de um sagrado remédio: o arrependimento.
Quem ama sabe pedir e pede perdão. E precisa pedir, pois mesmo quem ama não é perfeito.
Quem ama tem eterna disposição para perdoar, sem humilhar-se, sem ser subserviente.
Quem ama, ama o outro sem que esse amor exceda o amor próprio!
Quando o amor próprio é menor que o amor dedicado à pessoa amada, esse amor e nós mesmos morreremos vazios.
Quem ama, ama o outro quando se afasta,
e o ama mesmo sem nunca ter estado próximo...