segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Outubro

Outubro tem brilho de sorriso franco, tem ar de festa.
Outubro tem gosto de beijo de menina-moça!
Todos os dias de todos os Outubros são especiais.
Neles, as lembranças somam-se às saudades
e tantas lembranças outras.
Nos dias de Outubro, a mente
confunde deliciosamente recordações, sonhos, realidade...
Ah, que doce devaneio é Outubro!

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Só há ganhos

Pode-se estar certo de ter uma vida bem vivida quando, em qualquer momento, pudermos lembrar de um minuto apenas quando pudemos sorrir em paz, ainda que todo o resto de nossa vida tenha sido de provações.

Todos temos muito mais momentos bons, se reconhecermos (se quisermos reconhecer os fatos da vida desapaixonadamente, sem auto-compaixão ou vitimização) que tudo o que temos nos foi dado e tudo o que conseguimos (sejam "ganhos" ou "perdas") foi conseguido a partir do nosso esforço, mas nosso esforço só foi possível a partir do que ganhamos absolutamente de graça: nosso corpo, nossa vida, nossa inteligência, nossas habilidades.
Cabe-nos desenvolver o imenso patrimônio que nos foi dado ou emprestado. Nunca nem jamais pode-se perder o que não se tem.

Aproximando-nos ou afastando-nos de bens materiais, desde que tenhamos agido com sabedoria, isso sempre será uma conquista, um ganho. Um ganho evolutivo porque aprendemos e desfrutamos, podendo ensinar, tanto com nossos acertos quanto com nossos erros.

O Universo é inesgotavelmente rico e provê tudo o que necessitamos para sermos felizes. Se tentarmos abraçar ou acumular mais do que podemos desfrutar, nosso tempo será dedicado à guarda desse excesso e não nos permitiremos (porque não haverá tempo para) sermos felizes, usando aquilo que é suficiente à nossa felicidade e que, por ganância e ambição, cobrimos com os entulhos dos excessos e do desequilíbrio, buscando a felicidade que estava todo o tempo ao nosso alcance desde o nascimento.

Sempre que a simples lembrança de qualquer momento nos envolve como o vento morno das tardes de primavera, parecendo roçar nossa pele, entrando por nossos pulmões e inundando nosso espírito com paz, tranqüilidade, saudade e felicidade que devem sentir os anjos e que, pelo bem que fizemos a nós mesmos e aos outros, nos fazemos merecedores pelo simples cumprimento da Lei do Universo; estas serão as maiores provas de uma vida bem vivida.

Se retirarmos dos baús de nossas vidas os excessos, as futilidades, a inveja, o rancor, o ódio e tantos outras amarras, para deixar aparecer e agir em nossa vida simplesmente o essencial, a primeira e a mais importante riqueza que nos foi dada logo ao nascer. A partir disso, todas as demais riquezas obtidas contribuirão para nossa felicidade e, presentes ou ausentes, jamais poderão reduzir nosso bem-estar espiritual um mínimo que seja.

Espiritualmente, para alcançar a felicidade, não importa o passado nem o futuro. Importa tão somente o presente. Se nos respeitarmos e amarmos a nós mesmos agora, seremos felizes agora.

Faz-de-conta

Às vezes nos sentimos (e até vivemos) num mundo de "faz-de-conta" onde uns fingem dizer a verdade e outros fingem acreditar.

Chegamos a sentir que o "mundo real" não existe, que nós mesmos e a realidade deixamos de existir quando abandonamos a infância de sonhos, risos e brincadeiras para nos escondermos sob o manto da ilusória maturidade e nos deixamos levar por convenções, tabus, medos, ansiedade, responsabilidades irreais...

Realidade ou fantasia, sempre podemos libertar nosso "eu criança" desse ignóbil manto e nos permitir viver por nós mesmos, crianças ou anjos, desejo e inocência, liberdade e segurança, em sonhos que tocam a realidade, elevam nossos sentidos e lançam os grilhões-marcas dos adultos ao precipício da mórbida paralisia moral e intelectual, travestidos de pseudo-maturidade com o único fito de fechar nossos olhos e nossos caminhos aos portões da felicidade.

Temos a chave dessas cadeias. Somente nós podemos libertar as crianças dentro de nós mesmos. Essas crianças retribuirão nosso ato de amor a nós mesmos e nos libertarão adultos de outras tantas cadeias, permitindo-nos ser responsáveis sem sermos ansiosos, ser humildes sem sermos subservientes, bons sem ser tolos, inocentes sem abrir mão da inteligência, firmes sem sermos duros, e sobremodo sermos felizes, sérios, comprometidos e livres, vivendo a realidade da vida que sempre foi e sempre será o mais belo dos sonhos.