quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Viagem

Perguntei à imensidão do espaço:
- Aonde levarei minha vida agora?
O silêncio da noite, em sua sabedoria,
respondeu com a brisa fresca,
com a luz das estrelas,
com o romantismo da lua
semi-escondida por nuvens esparsas:
"Nenhures, filho meu.
Não poderás conduzir aquela que te conduz,
mas teus atos podem orientar essa condução."
Meus sentidos se abriram
ao estrilar de grilos, coachar de sapos,
pios de corujas, farfalhar de folhas ao vento.
O vento transportava o perfume e o pólen entre as flores,
num bailado sensual, como amor feito à distância...
Despertei. Embarquei na vida e deixo que me leve.
Aproveito a viagem
prestando atenção à paisagem,
sem me importar com o destino.