terça-feira, 20 de outubro de 2009

Faz-de-conta

Às vezes nos sentimos (e até vivemos) num mundo de "faz-de-conta" onde uns fingem dizer a verdade e outros fingem acreditar.

Chegamos a sentir que o "mundo real" não existe, que nós mesmos e a realidade deixamos de existir quando abandonamos a infância de sonhos, risos e brincadeiras para nos escondermos sob o manto da ilusória maturidade e nos deixamos levar por convenções, tabus, medos, ansiedade, responsabilidades irreais...

Realidade ou fantasia, sempre podemos libertar nosso "eu criança" desse ignóbil manto e nos permitir viver por nós mesmos, crianças ou anjos, desejo e inocência, liberdade e segurança, em sonhos que tocam a realidade, elevam nossos sentidos e lançam os grilhões-marcas dos adultos ao precipício da mórbida paralisia moral e intelectual, travestidos de pseudo-maturidade com o único fito de fechar nossos olhos e nossos caminhos aos portões da felicidade.

Temos a chave dessas cadeias. Somente nós podemos libertar as crianças dentro de nós mesmos. Essas crianças retribuirão nosso ato de amor a nós mesmos e nos libertarão adultos de outras tantas cadeias, permitindo-nos ser responsáveis sem sermos ansiosos, ser humildes sem sermos subservientes, bons sem ser tolos, inocentes sem abrir mão da inteligência, firmes sem sermos duros, e sobremodo sermos felizes, sérios, comprometidos e livres, vivendo a realidade da vida que sempre foi e sempre será o mais belo dos sonhos.